Honka em Honkanak

Honkanak é uma criação longínqua do mundo de Honka, uma personagem que encarnei e por quem me deixei apaixonar.

domingo, abril 23, 2006

Quero mais









Como não querer mais?...














quinta-feira, abril 20, 2006

...Bang

The more I grow the less I know...
Then I see you standing there wanting more from me
and all I can do is try...Try to go back...Bang

domingo, abril 16, 2006

A Tentação serve-se fria

Dia de Páscoa, dia de novos balanços, de novos começos. O padre dizia na missa: o dia em que se passa da escravidão para a liberdade, da morte para a vida...que saibamos viver ressuscitados, pois domingo é o dia de ressuscitar, o dia do descanso, o dia da alma. Mas todos os dias devem ser motivo de travessia. Foi uma boa missa. Fez-me pensar na leveza das nossas vidas, nos que ficam e nos que vão. Notei que havia lá quem chorasse pelos que já foram, e vieram-me à cabeça algumas caras conhecidas e muitas que nunca conheci. Naquele instante nada parecia importar, porque tudo é tão passageiro. Mas a tentação de nos agarrarmos às "coisas da terra" é imensa. Sinto a tentação dentro de mim, e esta tentação serve-se fria. Uma vida sem tentações não é terrena. Tentação não significa pecado, significa meio caminho andado para o sofrimento, e o sofrimento é qualquer coisa sem a qual não sabemos viver. Sofremos constantemente porque faz parte das nossas limitações, porque somos seres da Terra, do Ar, da Água e do Fogo. Quando não sabemos ao certo o que sentimos logo chamamos sofrimento. Sofremos por não saber como reagir, por não saber o que nos espera. Talvez a expectativa e a impaciência sejam as personagens principais, a incerteza e a ansiedade, a paixão e o amor às cabeçadas, o desejo e a razão em combate. Não é sofrimento, não é tentação, é apenas mais um dia incerto.

sexta-feira, abril 14, 2006

Broken Walls Standing Tree

quinta-feira, abril 13, 2006

O círculo preto de Malevich, podia ser o quadrado mas preferi o círculo. É mais ou menos este círculo que faz sentido para mim neste momento. Um círculo cheio em cima do vazio, acabado de chegar. Sinto-me um círculo, talvez não preto por ser triste, mas preto porque absorvo todas as cores e tento rodar pelo branco sem levar o peso de tantas cores atrás. Sinto-me um núcleo com milhões de electrões e neutrões a circular sem sentido, atrapalhados com a energia que choca entre eles. O meu núcleo sente-se esmagado por tanta energia que não sei de onde vem. Um moinho moi por dentro sem parar e não sei como travar as forças do vento ou da água. Não sei se estou a produzir farinha ou se o moinho segue descontrolado sem produzir nada senão o gasto das velas. Estou cansada de fazer a força que não me deixa largar. Ora me sinto leve, ora me sinto pegada ao chão, arrastando-me a olhar para cima. Olho em frente e ainda vejo pouco porque vejo tudo. Quero sonhar outra vez, quero voltar a sentir-me como eu me quero sentir. Nunca fui muito paciente, talvez nunca venha a ser.

segunda-feira, abril 10, 2006

Smile under the rainbow

Só hoje sentiQue o rumo a seguirLevava pra longeSenti que este chãoJá não tinha espaçoPra tudo o que fogeNão sei o motivo pra irSó sei que não posso ficarNão sei o que vem a seguirMas quero procurarE hoje deixeiDe tentar erguerOs planos de sempreAqueles que sãoPra outro amanhãQue há-de ser diferenteNão quero levar o que deiTalvez nem sequer o que é meuÉ que hoje parece bastarUm pouco de céuUm pouco de céuSó hoje espereiJá sem desesperoQue a noite caísseNenhuma palavraFoi hoje diferenteDo que já se disseE há qualquer coisa a nascerBem dentro no fundo de mimE há uma força a vencerQualquer outro fimNão quero levar o que deiTalvez nem sequer o que é meuÉ que hoje parece bastarUm pouco de céuUm pouco de céu

Plagiando Veiga

Sei de cor cada lugar teu
Atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar

Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá
e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só

Eu vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar


ouvindo Cada lugar teu - Mafalda Veiga, é assim mesmo, sem medo de naufragar, tudo se desfaz em gestos simples, mas vou guardar cada lugar teu, o que é bom de guardar, mesmo que a vida mude os nossos sentidos, ancorada em cada lugar meu.

Focus on the main issues: search the sunlight

domingo, abril 09, 2006

Te desdibujaste

Não é impossível que deixes de gostar de mim, não sou imbatível. Queremos sempre saber porquê mas nem sempre há uma resposta certa, e todas as respostas não vão ser suficientes para apagar o arranhão no nosso ego e no amor que guardamos cá dentro. Tenho tantas coisas guardadas que preciso de largar mas as emoções trocam-se todas a mil à hora. Um dia acreditei na estabilidade, mas tal palavra é um espelho cínico de algo que até na sua natureza é instável. Deixei de acreditar, neste momento deixei de acreditar em muito do que tinha como certo. Deixei de saber se gosto de ti porque não te encontro, deixei de saber como te encontrar porque me queres longe, deixei de fazer parte de ti e não sei onde te arrumar cá dentro. És um ficheiro que não sei classificar, és uma pessoa que já não consigo desenhar de olhos fechados porque a tua expressão mudou rápido demais para que eu a conseguisse ver. Onde é que estás? Onde é que ficámos? Fui-te perdendo, sei isso, senti isso muito antes, sinto agora e tu confirmas. Estás longe, muito longe. Se por um lado te quero perto, por outro lado deixo te ir, deixei de te querer. Também eu te deixei de "amar", mas adoro profundamento o meu Bernardo, aquele que me adorou da mesma maneira, por quem me apaixonei e a quem quis dar tudo o que tinha. Tenho saudades tuas, nunca chegaste a voltar, enganámo-nos nas saudades e apenas recuperámos a parte que não interessava. Afinal o que é que querias de mim? Querias que eu voltasse por ti? Querias que eu sugasse essa tua outra parte que encondeste por baixo das tuas novas responsabilidades, mas não me deste tempo nem me deste espaço para eu o fazer. Deste uma oportunidade falhada a ti mesmo, mal dirigida e pensada, e a mim não me deste nada senão algum calor e uma companhia ausente de ti. Roubaste-me o que sentia por ti, porque o que sentia por ti já não é o que eu sinto. Fizeste me acreditar que a oportunidade de virmos a sentir tudo outra vez era dada aos dois, mas ficaste com ela e desperdiçaste-a. E com tudo isto saímos os dois magoados e bem ferida eu que quis pensar que tudo seria diferente, igual a antes quando eras tu. Não esperava que esta fase me fosse bater com tanta força a porta. Não há espaço para mim aí. Imaginei algumas vezes que talvez houvesse alguma vontade de me quereres ao teu lado, mas não há. Neste momento há lugar para ti, para ti e para ti. Não te censuro. Desilude me apenas ver como trocaste os lugares e sentaste outra coisa tua no meu lugar. Quem vai ao ar perde o lugar, e quem está sentado há muito tempo arrisca-se a ficar sem cadeira pelos vistos. E onde é que eu te vou sentar agora? Valerá a pena guardar um lugar para ti? Talvez...talvez não, talvez o teu lugar seja no passado, ao menos aí sentamo-nos juntos. Não te quero deixar mas quem me perdeu desta vez foste tu. Ando por aí perdida até que o meu Bernardo me encontre. Se ele não me encontrar cá estará outra Mariana de substituição nos moldes da antiga, pronta para seguir em frente como sempre hoje e amanhã. É bom saber que fomos importantes, mas ainda melhor é sabermos que seremos sempre especiais: tu és muito especial para mim. Serviu o tempo para desenhar-me outra vez, e agora é pintar todos os dias um bocadinho do que foi borrado. Isto escrevi mesmo para ti, sem procura de resposta ou efeito, apenas para entregar-te o que sinto agora e nada mais.

quinta-feira, abril 06, 2006

Tocar piano




Gostava de saber tocar piano, alguma vez tentei? Por acaso já passei as minhas mãos pelas teclas mas nunca me esforçei por conseguir que daí saísse algum dos sons que tanto me arrepiam. Acho que nem é só o piano, são todos os instrumentos, ou quase todos porque excluo clarinetes! E quantas vezes me apetece cantar e engulo a boca seca... Sinto cada vez mais que gostava de esticar a corda do tempo e ter tempo para cada pequenina coisa que deixo de fazer sem saber porque dou prioridade a tantas outras coisas que não me suscitam sentimentos tão bons como o das sensações.
É ao ouvir música, ao olhar para as cores, para as pessoas, ao ler aquilo que me dá um entusiasmo de formigas cá dentro que penso no que ando a fazer com o meu tempo. Fico com sérias dúvidas se estou a gastar tempo, ou melhor, a usar um tempo como se pudesse simplesmente ser gasto. E com isto se passam dias, semanas e anos, até quando gastar se depois ele não volta atrás para o usarmos outra vez... As grandes divagações de toda a gente passam pelo tempo, é inevitável e até se torna repetitivo escrever sobre o assunto. Mas a verdade é que não me sai da cabeça de tempo a tempo querer que o meu tempo seja mais importante para mim. Quando tenho aqueles momentos que me embalam nos segundos e tornam tudo mais divertido é quando me lembro que todos os momentos deviam ser assim e em tudo que posso fazer para me voltar a encontrar com eles.
Estou disposta a reencontrar os sentidos, mesmo que para isso tenha de reavaliar a minha vida e os meus projectos. Que fazer? Queimar mais um ou dois anos da minha vida rumo a um destino de segurança incerto, ou arriscar uma nova procura que me assegure uma experiência mais vivida de mim própria. No meu juízo perfeito a segunda hipótese nem tem discussão! Infelizmente a vida dá-nos a volta conforme os seus interesses. Mas que vida? A que pensamos ser o natural processo de evolução: estudar, trabalhar, arranjar alguém para ficar ao nosso lado, talvez ter filhos e tentar ser feliz no meio disto tudo? Hedonismo é um extremo que ousamos tocar mas a que nunca nos entregamos completamente, nem quero porque sou demasiado inconstante e preciso de me segurar a alguns ramos fortes do que penso que me segura. "Do you ever felt you wanna stay and at the same time you wanted to go?", frase emblemática mas não posso deixar de repetir, de trocar a posição das palavras, e uma vez mais pensar e repensar... A indeterminação dos nossos desejos, a ansiedade de querer sentir mais, o medo de ficarmos encurralados no tempo, as mil possibilidades que temos e as que deixamos para trás e aquelas que não nos atrevemos olhar de frente...e aquela possibilidade que é esta que vamos vivendo, passageira e frágil. Conclusão: vou aprender a tocar piano.

domingo, abril 02, 2006

O fundo do mar ou as crateras do sol


Olhei para cima e lembrei daquele girassol que olha sempre para o sol. Lembrei-me de todas as cores escondidas na minha imaginação. Pensei que num momento de inspiração alguém acordou os sentidos de quem passará pelos seus arco-íris espontâneos e geniais. Passei por um parque dos sonhos e das ilusões, da calma e da explosão de movimentos parados. Passei pelos meus primeiros anos, senti-me pequenina, numa fábrica de gomas que não se podem comer. E procurei sempre mais, até chegar ao topo e ver a cidade inteira e perceber que mais nada havia a ver senão tudo o que ainda não vi.