O círculo preto de Malevich, podia ser o quadrado mas preferi o círculo. É mais ou menos este círculo que faz sentido para mim neste momento. Um círculo cheio em cima do vazio, acabado de chegar. Sinto-me um círculo, talvez não preto por ser triste, mas preto porque absorvo todas as cores e tento rodar pelo branco sem levar o peso de tantas cores atrás. Sinto-me um núcleo com milhões de electrões e neutrões a circular sem sentido, atrapalhados com a energia que choca entre eles. O meu núcleo sente-se esmagado por tanta energia que não sei de onde vem. Um moinho moi por dentro sem parar e não sei como travar as forças do vento ou da água. Não sei se estou a produzir farinha ou se o moinho segue descontrolado sem produzir nada senão o gasto das velas. Estou cansada de fazer a força que não me deixa largar. Ora me sinto leve, ora me sinto pegada ao chão, arrastando-me a olhar para cima. Olho em frente e ainda vejo pouco porque vejo tudo. Quero sonhar outra vez, quero voltar a sentir-me como eu me quero sentir. Nunca fui muito paciente, talvez nunca venha a ser.
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