Bolas de Sabão
Está a chegar aquela altura do balanço... Vem aí mais um Janeiro, um número diferente para pôr na data: 2006, que chega a parecer familiar por muito que eu saiba que apenas passou 2005. 2006 ou 2005, who cares anyway? Só queremos sempre é que seja melhor, que consigamos fazer tudo de maneira diferente,de maneiras diferentes, aproveitemos muito mais o tempo, que seja "o ano", que seja "um grande Verão", e que comece logo por ser como andar numa praia de areia lisa, sem pegadas, de areia molhada e perfeita.
Já não há uma separação a que estávamos habituados: outubro começam as aulas, em dezembro são férias de Natal, depois lá para Março temos mais férias e por aí adiante. Vai começar a ser tudo diferente. Para quem quer mudança não dá para grandes queixas. Este Natal já vai ser diferente em muitos sentidos, e quem sabe o que o próximo ano vai trazer... É bom sentir a mudança, deixar o vento levar. Que grande ventania!!!
Estou optimista. Consigo ver uma escada e uns graaandes degraus. Mais que isso, consigo perceber que a escada é em forma de caracol, dá voltas e mais voltas. Os degraus são sempre enormes mas não custam nada, é deixar flutuar os pés sobre eles. E depois...continuar a subir mesmo que pareça que estamos a descer. O movimento é sempre o mesmo: pé atrás de pé, quer pensemos que estamos a ir para baixo ou para cima. Quem é que consegue realmente saber para onde estamos a ir? Não há esquerda nem direita, não há norte nem sul nesta escada. Não há velocidade, apenas movimento...uma era infinita. Fico contente de pensar na minha escada flutuante, interactiva em sonhos que vão passando como nuvens: puff, puff,puff, bolinhas de sabão brilhantes e redondas, tóxicas e viciantes, transparentes com mil cores, breves mas perfeitas, réplicas idênticas mas originais.
Consigo ver o mundo inteiro a mil à hora, num futuro distante, num instante. Monto e desmonto as vezes que me apetece, arranjo os buracos, conheço cada pessoa, olho para todas as caras, não vejo ninguém mas vejo todos. Ideais feitos e refeitos, experiências entusiásticas de alternativas virtuais, desvirtualizadas, naturais... tocar um bocadinho de verdade, de como é, como são, como serão as coisas...como seriam.
Vem aí mais ano, é verdade. O tempo que não pára de ser contado quando a única coisa que alguma vez pediu foi para ser deixado em paz. Deixá-lo ir por aí, pode ser que ele assim consiga rir quando passar por mim. Livre, leve e infinito, como sempre deveria ter sido: sem horas, sem dias, sem anos: bola de sabão.
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