Borboletas
“Borboletas na palma da mão, cabelos ao ar, deuses fugidos e o zumbir de um sorriso aberto e solto. Dos ramos lá no alto imagino o que será que me faz voar, enquanto olho para ela, fixa ao chão, a correr por entre arbustos rasteiros, tentando acompanhar os pequenos insectos que voam à sua volta.” Por muito que tente o meu imaginário pufff, quebra-se em três mil cenários sem ligação lógica ou racional entre si. Escrever tem de ter sentido? Pergunto-me. Talvez para quem lê seja uma ajuda, mas para quem escreve o mais importante é soltar flashes que não nos deixam, que querem sair de alguma maneira. Um gesto forçado de fazer sentido pode tirar a magia de se viajar para um mundo desconhecido, onde não sabemos o que vem a seguir. Deixar fluir, deixar fluir. Escrever é como borboletas na sua luta pela vida, no seu percurso, nas suas metamorfoses. Quando parece perfeita a sua vida é curta, quando se deixa voar todos olham para ela, querem ser como ela, querem saber para onde vai. Muitas vezes a borboleta não vai a nenhum sítio especial, apenas partilha o mesmo espaço que nós. As cores que leva consigo alegram o lugar, tornam-no especial por algum motivo que nos dá a certeza de que queremos acreditar na magia dos momentos. Uma paragem no tempo, no espaço. Somos obrigados a parar e reparar. Tristes os que deixam as borboletas passarem por eles sem lhes darem nada em troca, um suspiro, um pestanejar lento, um arrepio. A simplicidade a esvoaçar, a passar por nós. Como gosto de olhar para elas...Um toque invisível que depressa toca mas só vai com o sol, até um próximo dia tão especial como este que passou. Todos os dias, borboletas que passam por nós.
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