November

Novembro, este mês atrasado no calendário. Vinde chuva, vinde que és boa novidade nos dias de hoje. O frio começa a despontar, as camisolas voltam-se a usar. O cinzento cobre o céu e as nuvens insistem em ficar, suspensas, carregadas, explosivas do líquido sagrado que corre pelas janelas, sempre a pingar... Ora quentinha a olhar pela janela, ora aventureira pelo chão molhado da calçada, fugindo às paredes de uma casa onde vamos ganhando raízes. O vapor de um chocolate quente, as calças a apertar, uma cara branca e serena, quando há pouco que nos faça vibrar. Assim se vão passando estes últimos meses até um novo ano começar... Espero pela próxima Primavera, em que contarei mais um ano de estações, em que mais uma volta se dá. Estuda-se novos projectos, arrumam-se as papeladas, fazem-se promessas, passam-se os dias. Ouvem-se os carros a passar pelos rios que correm nas estradas, alguns pássaros a cantar no jardim, e os cães enrolam-se na manta estendida na sala. O cabelo espetado, as bochechas carregadas de alguma cor animada, o cafezinho ao fim da tarde, jogatanas em vez de travessias de bar em bar no dias de chuva, um bom filme e pipocas a acompanhar por vezes. Ler um bom livro... ir ao teatro...lanchar em casa de amigas...dar uma volta até ao Guincho e ver o mar bravo, a praia vazia...ir ao cinema....ousar em visitar uma exposição...jantar fora com quem mais se gosta....dormir ao som da chuva. Até sabe bem! Também é bom ter saudades do Verão.